Nem a chuva foi capaz de arrefecer os ânimos dos manifestantes que, reunidos na Concha Acústica de Franca-SP, ergueram suas vozes contra o que consideram um dos capítulos mais sombrios da história recente do Brasil. O ato, que reuniu mais de 50 pessoas em uma audiência pública espontânea, trouxe à tona um pedido uníssono: "Anistia Já!" para os investigados no âmbito das decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre os 27 francanos arrolados em processos judiciais que, segundo advogados e a imprensa, seguem inacessíveis até mesmo para a defesa dos acusados, estava Bruno Madeira, uma das figuras que simbolizam a indignação e a luta por liberdade. Em um discurso carregado de emoção e temor pelo próprio futuro, Madeira denunciou o que chama de um sistema inquisitorial, onde o mesmo órgão que o investiga também tem o poder de julgá-lo.
"Hoje, minha liberdade depende do humor de quem me acusa, investiga e pode me condenar sem que eu tenha sequer acesso pleno aos autos. Isso não é Justiça, é perseguição!" bradou, sob aplausos de um público que, mesmo pequeno em número, se fez gigante no clamor por justiça.
A manifestação não foi apenas um apelo local, mas um reflexo do sentimento de uma parcela significativa da população que se vê órfã de um Estado que, supostamente, deveria garantir os princípios básicos do devido processo legal e da ampla defesa. Entre faixas, palavras de ordem e discursos inflamados, o ato de Franca reforçou que, para esses brasileiros, a luta não se trata apenas de nomes ou partidos, mas da própria essência da liberdade e da democracia.
Enquanto isso, o silêncio das instituições sobre as denúncias de processos obscuros e restrição de direitos continua ensurdecedor. Resta saber até quando o Brasil seguirá assistindo, impassível, à judicialização da política e à politização da Justiça.
Escrito por Maxwell Ferreira, analista político conservador de Franca
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